12.4.10

Parte 3

KENTLEY - Devo me desculpar pelo David. Não sei por que demora tanto.

BRANDON - O David é bastante popular.

JANET - Vou ajudar. Branca ou escura?

PHILIP - Um pouco das duas para a Sra. Atwater.

JANET - E você?

PHILIP - Não como isso.

JANET - Que estranho. Não conheço ninguém que não coma frango. (a Brandon) Conhece, Brandon? Deve conhecer? (a Philip) Por que não come?

PHILIP - Não como.

JANET - Deve haver um motivo. Freud diz que há uma explicação para tudo, até para mim.

PHILIP - Não tem motivo.

RUPERT - Se me lembro, tem um motivo engraçado. Não é, Brandon?

JANET - Sabia que teria de haver um. O que foi?

PHILIP - Não é nada de mais.

RUPERT - É bastante fascinante.

JANET - Conte, por favor.

BRANDON - Aconteceu há três anos em Connecticut. Minha mãe tem casa lá. Íamos comer galinha e fomos até a fazenda. Era uma bela manhã de domingo de primavera. No vale ouviam-se os sinos da igreja tocando. No quintal o Philip torcia o pescoço de três galinhas.

JANET - Minha nossa!

BRANDON - Uma tarefa que realizava com eficiência. Nessa manhã seu toque estava delicado demais, pois uma das galinhas de repente se rebelou. Como Lázaro, ressuscitou.

PHILIP - É mentira! Não é verdade. Nunca estrangulei uma galinha. Nunca estrangulei uma galinha!

JANET (rindo) - Perdão, mas é engraçado ficarem alterados por uma galinha morta.

BRANDON - Desculpem, fomos ridículos e muito rudes. Peço desculpas em nome dos dois pela estória.

RUPERT - Já acabou tudo?

BRANDON - Temo que sim.

RUPERT - Que pena. A certa altura poderiam ter-se estrangulado um ao outro.

ATWATER - Sr. Cadell, essa agora.

RUPERT - A honra de um homem está em jogo. Pessoalmente, galinha é um motivo tão bom para assassinato como uma loura, um colchão recheado de dinheiro ou qualquer motivo menos imaginativo.

ATWATER - Mas você não é a favor de assassinato.

RUPERT - Eu sou. Pense nos problemas que resolveria: desemprego, pobreza, fila para comprar ingresso no cinema.

ATWATER - Devo dizer que foi tão difícil conseguir ingresso para o musical... Como se chama? Você sabe.

ATWATER - Uma coisa com aquela pessoa.

RUPERT - Querida Sra. Atwater, aplique cuidadosamente o dedo no gatilho e ganha duas entradas na primeira fila. Tem dificuldade para entrar nos seus finos restaurantes?

ATWATER - Horrível.

RUPERT - Uma questão simples. Uma espetada com a faca, e passe logo para cá. Não, pule o corpo do garçom. Obrigado, aqui está a sua mesa.

ATWATER - Rupert, você é demais. Tem um recepcionista no hotel que eu adoraria espetar.

RUPERT - Desculpe. Não se pode usar facas em funcionários do hotel, estão na categoria "Morte lenta por tortura". Junto com namoradinhos, crianças e sapateadores. Proprietários seria outra estória. Procurando por um apartamento? Ligue para a Sra. Guilhotina, do Departamento de Instrumentos Afiados.

ATWATER - Que idéia divina! Se consegue o que quer... Mas todos estaríamos nos matando.

RUPERT - Afinal de contas, assassinato é, ou deveria ser, uma arte. Não uma das sete principais, mas uma arte. E como tal, o privilégio de cometê-lo reserva-se aos poucos indivíduos que são superiores.

BRANDON - As vítimas: seres inferiores em importância.

RUPERT - Obviamente. Cuidado, eu não sou dos extremistas que acham que deveria haver uma temporada aberta ao assassinato o ano todo. Pessoalmente eu prefiro a "Semana Corta Garganta" ou o "Dia do Estrangulamento".

KENTLEY - Talvez seja a idade chegando, mas devo dizer que não gosto desse humor mórbido.

RUPERT - O humor não foi intencional.

KENTLEY - Está falando sério?

BRANDON - Claro que está.

KENTLEY - Estão brincando comigo.

BRANDON - Por que acha isso?

KENTLEY - A idéia de assassinato ser uma arte restrita a poucos seres superiores.

RUPERT - Na temporada.

KENTLEY - Sei que não fala sério.

RUPERT - Falo. Sou uma pessoa séria.

KENTLEY - Quem decide se um ser é inferior e, como tal, uma boa vítima?

BRANDON (acendendo um cigarro) - Quem tem o privilégio de matar.

KENTLEY - Quem seria?

BRANDON - Eu, o Philip, talvez o Rupert. Desculpe, Kenneth, ficou fora.

KENTLEY - Falo sério.

BRANDON - Nós também. São alguns com superioridade intelectual e cultural que estão acima dos conceitos morais tradicionais. Bem e mal, certo e errado foram inventados para o homem comum, o ser inferior precisa disso.

KENTLEY - Então concorda com Nietzsche e a teoria do super-homem?

BRANDON - Concordo.

Hitler também.

BRANDON - Hitler foi um selvagem paranóico. Seus super-homens fascistas eram assassinos dementes. Enforcaria todos que restassem, mas mais por serem imbecis. Enforco os incompetentes e tontos. Há tantos.

KENTLEY - Devia me enforcar. Sou tão burro que não entendo se falam sério ou não. De qualquer maneira, não quero mais ouvir. Me perdoe... Seu desrespeito pela humanidade e pelos padrões do mundo civilizado.

BRANDON - Civilizado? Civilização pode ser hipocrisia.

KENTLEY - Talvez.

BRANDON - Rupert certamente...

RUPERT - Cavalheiros...

BRANDON - ...tem inteligência e imaginação.

KENTLEY - Agora já chega.

RUPERT - Philip, onde colocou os livros para o Sr. Kentley? Gostaria de vê-los.

BRANDON - Estão na sala de jantar.

PHILIP - Sr. Kentley, gostaria de ver os livros agora?

BRANDON - Perdão. Novamente acho que me deixei levar pelo assunto.

KENTLEY - Não tem problema.

PHILIP - É uma boa coleção. As primeiras edições.

KENTLEY - Gostaria de vê-los. Posso usar o telefone? Gostaria de falar com minha esposa, talvez saiba algo do David.

PHILIP - Claro, por aqui.

Philip e Kentley saem de cena.

RUPERT - Foi muito categórico no seu ponto de vista. Você está pensando em liquidar uns tantos inferiores?

BRANDON - Sou uma pessoa de caprichos. Quem sabe?

RUPERT - Entendo.

Rupert sai de cena.

BRANDON - Sra. Atwater, gostaria de ver os livros?

ATWTAER - Adoraria. Quando criança lia muito.

BRANDON - Todos fazemos coisas estranhas na infância. (Atwater sai de cena) Kenneth, ligue o rádio ou coloque um disco. Uma música ambiente ajuda muito.

Kenneth faz o que Brandon sugeriu.

JANET (atira com raiva um guardanapo sobre o prato) Ele é perverso, não é? Nos reunindo com música lenta.

KENNETH - Não ligue para ele, sempre faz essas coisas.

JANET - Vou à outra sala.

KENNETH - Ver os livros?

JANET - Deixar que Brandon me veja.

KENNETH - Importa-se com o que pensa?

JANET - Sei o que ele pensa. Acha que te troquei pelo David porque ele tem uma bela conta bancária.

KENNETH - Então por que vai?

JANET - Porque... Tenho vergonha de ficar aqui com você. (ele ri) Nunca imaginou que eu ficasse envergonhada?

KENNETH - Sinceramente não.

JANET - Fico e não gosto nada disso. Você devia ter a decência de ficar também.

KENNETH - Por quê?

JANET - Você desistiu de mim, lembra-se? Brandon adoraria saber disso. O que foi?

KENNETH - Nada, estou pensando.

JANET - Sobre o quê?

KENNETH - A vaidade feminina.

JANET - Também estou envergonhada porque...

KENNETH - Fale.

JANET - Você e o David eram ótimos amigos. Não são mais por minha culpa. Sou uma idiota.

KENNETH - Não é.

JANET - Então estou imitando uma. Por que dou uma de esperta com todos menos com o David?

KENNETH - Não brinca assim com o David?

JANET - Com o David fico mais calma. Graças a você.

KENNETH - A mim?

JANET - Naquele domingo feio em Harvard, quando você acabou tudo, o David e eu fomos caminhar. Eu estava muito chateada, não dava pra fingir que estava feliz. Me acalmei e deixei tudo fluir, meu eu verdadeiro. Ouviu essa frase? Pego-me dizendo estas coisas. Onde estará o David?

KENNETH - Não sou muito esperto.

JANET - Por quê?

KENNETH - Nunca tinha percebido que você... O Brandon e sua música ambiente. Você se apaixonou pelo David, não? Não entendo.

JANET - O quê?

KENNETH - O Brandon fez uma piadinha quando entrei. Disse que eu e você agora teríamos uma chance, sem o David.

JANET - Espere. O Brandon sabia sobre você e eu?

KENNETH - Até sabia sobre você e o David.

JANET - Como? Ele fingiu que não sabia.

KENNETH - O que está acontecendo?

JANET - Não sei, mas vou descobrir de uma vez. (A Brandon) Pode vir aqui um momento? (a Kenneth) Por que ele não tira as mãos das pessoas? (A Brandon) O que está tramando exatamente?

BRANDON - Ia trazer-lhe um café.

JANET - Corta esse charme. Por que disse que ele não precisava se importar comigo e com o David?

BRANDON - Não disse isso.

JANET - Foi o que quis dizer, quero saber por quê.

BRANDON - Muitas mulheres são charmosas quando bravas. Você não.

JANET - Corta essa.

BRANDON - O cavalheiro exibe seu lado feio.

JANET - Não acredito que o David venha.

BRANDON - Espere e verá.

JANET - Não preciso, ele nunca se atrasa. Se algo tivesse acontecido, ele telefonaria. Acho que você deu um jeito para ele não aparecer.

No segundo plano, vê-se Rupert acompanhando a conversa, intrigado.

BRANDON - Como sou inteligente!

JANET - Eu devia saber que não daria uma festa só ao Sr. Kentley. Tem de fazer algo que apele a seu senso de humor torpe. Espero que esteja divertindo-se, eu não estou.

Janet e Kenneth saem em direção a outra sala. Rupert entra em cena, trazendo consigo dois pratos de sobremesa.

RUPERT - Algo saiu errado?

BRANDON - A Janet tem o dom de ser chata às vezes. Porém, acho que eu devia... O que quis dizer com "saiu algo errado"?

RUPERT - Sempre planeja bem as suas festas, é estranho ver algo dar errado.

BRANDON - Ela está dando pela falta do David.

RUPERT - Na verdade, começo a sentir falta dele também.

BRANDON - Não sentimos todos?

Wilson entra na sala. Brandon vai para a outra sala.

WILSON - Duas sobremesas?

RUPERT - Uma para você e uma para mim, amor.

WILSON - (sorrindo) Sr. C.

RUPERT - Parece-me que os outros não querem sorvete.

WILSON - Eles precisam de algo refrescante. É uma festa peculiar. Não que me surpreende.

RUPERT - Por que não?

WILSON - Podia ter previsto isso antes. Acordaram com o pé esquerdo, passaram o dia todo alterados.

RUPERT - O Sr. Brandon diz que sempre fica assim quando dá uma festa.

WILSON - Seria a primeira vez que vejo. Geralmente eu preparo tudo. Olhe só para isso, mal comeram o frango.

RUPERT - O que foi tão diferente hoje?

WILSON - O que não foi? O Sr. Brandon estava apressado para que eu arrumasse a mesa. Estava bonita. Mas quando saí para fazer compras, de repente me disse para tirar a tarde toda de folga. A tarde toda de folga depois da correria de manhã?

RUPERT - Ele disse por quê?

WILSON - Acho que deu na veneta. Quando voltei, ele e o Sr. Philip estavam discutindo.

RUPERT - Sobre o quê?

WILSON - Mesmo que eu soubesse, acha que eu contaria?

RUPERT - Espero que sim.

WILSON - Eu não. Sou como um túmulo. Depois de tirar tudo isto, tenho de tirar os livros da mesa, trazê-los aqui e guardá-los no baú, onde estavam antes.

RUPERT - Por que colocou os pratos aqui?

WILSON - Não foi idéia minha, coloquei tudo na sala de jantar e estava bem bonito.

Philip aparece e vê Rupert conversando com Wilson, ela apontando para o baú e se aproxima.

PHILIP - Está reclamando da mesa e como é ruim servir daqui? É muito mais conveniente. As pessoas não precisam ir à sala de jantar para pegar a comida e voltar aqui para comer.

WILSON - Parece que foram para lá comer a sobremesa e tomar o café.

PHILIP - Sra. Wilson, por favor, sirva os convidados. Não dê sermão.

Philip vai até o piano e começa a tocar.

WILSON - Levantou-se com o pé esquerdo, não?

Wilson pega uma bandeja e sai de cena. Rupert aproxima-se de Philip.

RUPERT - Estou numa posição embaraçosa.

PHILIP - Como assim?

RUPERT - Parece que só eu me divirto.

PHILIP - A Sra. Atwater também.

Rupert acende o abajur próximo ao piano.

RUPERT - O que está havendo?

PHILIP - Importa-se de apagar isso?

RUPERT - Desculpe-me. (apaga o abajur)

PHILIP - Não gosto de tocar com a luz nos olhos.

RUPERT - Sabe, Philip. Fico intrigado quando as pessoas não respondem às perguntas.

PHILIP - Você me perguntou algo?

RUPERT - Sim, perguntei.

PHILIP - O que foi?

RUPERT - Perguntei o que está havendo aqui.

PHILIP - Uma festa.

RUPERT - Mas uma festa bem peculiar. Do que se trata?

PHILIP - Do que se trata? Pare de brincar de detetive. Quer saber algo, fale logo! (pára de tocar)

RUPERT - Nervos, nervos... Não pare.

PHILIP - Quero um drinque.

RUPERT - Pego para você. Continue tocando. O que gostaria? Uísque?

PHILIP - Conhaque.

RUPERT - Gosta dessa música, não é? Gostaria de lhe perguntar francamente o que quero saber. Infelizmente não sei de nada, simplesmente suspeito.

PHILIP - Disse...

RUPERT - Eu ouvi. Serve?

Rupert entrega o copo a Philip, que bebe um gole e apóia o copo sobre o piano.

PHILIP - Obrigado.

RUPERT - Usa isto?

PHILIP - Às vezes.

RUPERT - Pensei que era para principiantes. Devo dizer...

PHILIP - Pronto, eu pergunto. Do que suspeita?

RUPERT - Esqueci-me. Onde está o David?

PHILIP - Não sei. Por quê?

RUPERT - Brandon sabe?

PHILIP - Ele sabe?

RUPERT - Não sabe?

PHILIP - Não que eu saiba.

RUPERT - Ora essa.

PHILIP - Não sei. Pergunte ao Brandon.

RUPERT - Perguntei. Está ocupado demais com os dois outros cantos do triângulo.

PHILIP - Para quê? O que Brandon quer fazer com a Janet e o Kenneth? (ri)

RUPERT - Do que ri?

PHILIP - De nada.

RUPERT - Foi uma pergunta assim tão absurda?

PHILIP - Não há nada acontecendo.

RUPERT - Hoje você está mais que de costume, alérgico à verdade. É a segunda vez que não me diz.

PHILIP - Obrigado. Quando foi a primeira vez?

RUPERT - Disse nunca ter estrangulado uma galinha.

PHILIP - Está confuso. O Brandon inventou aquela piada sem graça.

RUPERT - Não inventou. Se analisar com cuidado, verá que sei que não inventou. Um ano atrás, eu estava na fazenda, lembra-se? Numa manhã eu o vi exibindo sua habilidade. Que eu me lembre, é um bom estrangulador de galinhas.

PHILIP - Só disse que a estória do Brandon não era real, não disse que não matei nenhuma.

RUPERT - Foi o que disse.

PHILIP - Não achei que o assunto fosse apropriado durante o jantar.

RUPERT - Podia ter dito isso.

PHILIP - Está bem, não disse.

RUPERT - Não está comendo. Por que mentiria para mim?

PHILIP - Não gosto de falar de...

RUPERT - De quê?

PHILIP - Não posso mais.

Brandon e Kentley surgem, com alguns livros, indo em direção ao baú.

BRANDON - Quero que os leve.

KENTLEY - É muita gentileza.

BRANDON - Sei que aprecia as primeiras edições mais que eu.

Philip se exalta, pára de tocar e levanta-se, transtornado.

RUPERT - O que foi? O que foi, Philip? Não quer dar os livros ao Sr. Kentley?

PHILIP - Não. Digo, não me importo. Só...

RUPERT - O quê?

PHILIP - Estão mal amarrados, só isso.

KENTLEY - O David nunca teve problemas para cuidar de si. Não consigo entender. Quando se atrasa, ele liga.

JANET - Sempre exigiu que eu fosse mais pontual.

KENTLEY - E deveria ser.

JANET - Hoje nem me reconheceria. Sou uma nova mulher, pontual como um relógio.

ATWATER - Isso não é feminino.

JANET - Talvez, mas escolho boas maneiras ao invés de feminilidade.

ATWATER - Parece papai falando.

Philip vai até a mesa servir-se de mais um copo.

BRANDON - Calma, Philip.

PHILIP - O Rupert está desconfiado.

BRANDON - Não está. Acalme-se.

PHILIP - Tome um drinque, Brandon.

BRANDON - Já bebeu muito.

PHILIP - Tire a mão do meu braço. Nunca mais me diga o que devo ou não fazer. Não gosto.

BRANDON - Fale baixo.

Rupert aproxima-se.

RUPERT - Espero não ter aborrecido o Philip.

BRANDON - Está só misturando as bebidas.

RUPERT - Você me parece nervoso também.

BRANDON - Pareço?

RUPERT - Sim. Algo está preocupando muito vocês dois. Algo...

Wilson os interrompe.

WILSON - Com licença, senhores. Uma senhora ao telefone para o Sr. Kentley ou a Sra. Atwater.

ATWATER - Deve ser Alice. Eu falo com ela, Henry.

WILSON - No final do corredor, à esquerda.

ATWATER - Obrigada.

WILSON - O primeiro quarto.

Atwater sai.

Vemos o baú e a Sr. Wilson tirando os pratos de cima dele e trazendo de volta os livros. Ouvimos apenas as vozes no seguinte diálogo.

JANET - Sr. Kentley, o David poderia estar em casa?

KENTLEY - Não sei, Janet. Espero que sim.

RUPERT - Não quero os assustar, mas se estivesse em casa, teria telefonado, e não a Sra. Kentley. Não acha, Brandon?

BRANDON - Não saberia dizer.

RUPERT - O David de que me lembro é muito educado e pontual.

JANET - Ele não mudou.

KENTLEY - Claro. Se não está em casa, onde poderia estar?

JANET - Não me pergunte, não sei.

BRANDON - Pode estar em mil lugares.

JANET - Onde?

BRANDON - Num clube... Os Bradley estão dando uma festa. Pode ter ido à casa da Janet.

JANET - Por quê?

BRANDON - Talvez tenha decidido ir buscá-la.

JANET - Liguei para casa depois de falar com a mãe dele.